quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Os motivos da saída dos adolescentes do Facebook.



Uma adolescente nova iorquina de 13 anos de idade chamada Ruby Karp escreveu um texto explicando por que os adolescentes estão fugindo do Facebook, pra qual redes sociais estão indo e como eles escolhem os sites onde vão compartilhar suas atualizações diárias. O texto foi publicado no Mashable e, ainda que traga o ponto de vista de uma única pessoa, é tão útil quanto uma pesquisa sobre o assunto por conta das inúmeras observações que traz sobre os adolescentes e as redes sociais.

Ruby não diz que os adolescentes estão deixando o Facebook da boca para fora. Um estudo recente do Pew Research Center, organização americana que estuda comportamento e tendências, apontou que essa saída do Facebook realmente acontece. E por três razões básicas: o número crescente de adultos no local, compartilhamento de detalhes fúteis da vida dos amigos e muito “drama” na rede social. Ruby Karp descreveu no Mashable mais ou menos isto, e ainda adicionou outros pontos de vista:

1) Os pais no Facebook
“Todos os nossos pais e pais dos nossos amigos têm Facebooks. Não é só o fato deles ‘curtirem’ nossos posts, ou escreverem “olá, docinho de côco” na nossa timeline, mas meus amigos postam um monte de fotos que me complicam com meus pais.

Digamos que eu fui convidada para uma festa onde havia menores de idade bebendo. Eu não estou bebendo, mas alguém tira uma foto. Eu não estou nem segurando um copo, mas sou fotografada atrás de uma garota que está mandando ver nos shots de tequila. Durante a semana, alguém decide colocar fotos daquela festa ‘incrível’ no Facebook. Se a minha mãe vir que eu estava em uma festa com bebida, ainda que eu não estava participando, eu estaria morta. Não é culpa do Facebook, mas acontece lá”.
 
2) As outras redes sociais
“Parte das razões pelas quais o Facebook está perdendo a atenção da minha geração está no fato de que há novas redes sociais hoje em dia. Quando eu tinha 10 anos, eu não tinha idade suficiente pra ter Facebook. Mas uma coisa mágica chamada Instagram chegou…e nossos pais não nos proibiram de usar. Rapidamente, todos os meus amigos foram pro Instagram…”
 
3) Os adolescentes gostam do que é tendência
Ruby conta que a maioria dos seus amigos não estão no Facebook. Simplesmente, porque acharam que a rede social seria “perda de tempo”. Esta não é uma realidade que se aplica totalmente ao cenário brasileiro, onde muita gente — adolescente ou não — ainda está descobrindo o Facebook. Porém, neste ponto ela diz algo relevante sobre a forma como os adolescentes escolhem as redes sociais:
“Adolescentes são seguidores. Isto é exatamente o que a gente é. Se todos os meus amigos estão baixando essa nova coisa cool chamada Snapchat, eu também quero! Nós queremos o que é tendência. Se o Facebook não está ‘trendando’, os adolescentes não se importam”.
 
4) O bullying no Facebook
“Facebook é ainda uma grande fonte de bullying para quem está na escola. As crianças podem comentar algo ofensivo em uma foto sua ou mandar mensagens ofensivas. Não é a culpa do Facebook, mas de novo, isso acontece ali. Se minha mãe soubesse que eu estaria sofrendo bullying no Facebook, ela me mandaria fechar na hora”.
 
5) O design do Facebook
Ruby reclama que, com o passar dos anos, o Facebook mudou muito e a chegada da “Linha do Tempo” não foi tão legal porque não deixa as coisas tão simples. “Olhe pro Twitter, onde há quatro botões – as pessoas gostam do design ‘simples’”, diz a garota. Ela ainda critica o sistema de anúncios:
“O Facebook capta seus interesses baseado no que você “curtiu” e coloca anúncios em seu feed. Sem ofensas, mas quando eu tô olhando meu Feed de Notícias eu não me importo nem um pouco com o novo produto da Pantene”.

Por fim, Ruby termina dizendo que espera que o Facebook consiga atrair os adolescentes novamente para a rede social. Afinal, eles se tornarão “gente grande” um dia e ela acha que o Facebook é uma “boa ideia”.

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