1. O que torna uma pessoa valiosa para o meu negócio?
2. O que pessoas valiosas desejam em contrapartida pelo seu trabalho?
O valor de uma pessoa para a empresa no curto prazo é muito claro. O empreendedor precisa
que algo seja feito e não sabe ou não tem tempo para fazer. Então ele contrata alguém que o faça. E paga alguma quantidade de
dinheiro por isto.
Já o impacto de sua presença no longo prazo não é tão claro. E o empreendedor devia estar
muito preocupado com isto. Pois as pessoas que ele trouxer para dentro da empresa, principalmente no início, vão, junto com ele,
formar a Cultura Organizacional de sua empresa. E a Cultura, uma vez estabelecida, é muito difícil de mudar.
A Cultura é composta, essencialmente, do que comunicamos, em todas as suas formas, e o significadoque as pessoas derivam disto. Desde a
escolha do local físico, do mobiliário, da forma
como o espaço está dividido, do nome, da grafia, das cores, do jeito como falamos, das palavras que escolhemos ao tom de voz que
usamos em cada situação... Tudo que fazemos, falamos e escolhemos comunica a forma como vemos o mundo, como nos posicionamos dentro dele e com que tipo de pessoas queremos nos
relacionar. E como esperamos que as pessoas respondam a isto.
E esta composição é MAIS importante do que a
econômica na atração e na retenção de talentos no longo prazo. Esta composição na prática
determina quão produtiva e inovadora uma empresa tende a ser.
Desenvolver conscientemente a Cultura de uma empresa não é fácil. Tem a ver com a consistência como geramos e atendemos às expectativas criadas. Com os exemplos que criamos. Com as decisões que tomamos. Com as
histórias que contamos. E, principalmente, com as pessoas que contratamos e as que
mandamos embora.
Pouco a pouco as pessoas passam a
compreender, espelhar e multiplicar o que valorizamos até que se torna uma segunda
natureza da organização ser daquele jeito. E a Cultura então se estabiliza.
Escolhendo as pessoas certas, o movimento é natural. Nos movemos na direção desejada com
prazer e fluidez. A empresa vai ganhando forma e senso de identidade e ganhando valor
emocional para as pessoas que trabalham nela.
Escolhendo as pessoas erradas, algo de estranho acontece. O ambiente se tensiona. As coisas não
rolam com naturalidade. Conflitos improdutivos acontecem. Perde-se amálgama e transparência.
É como ter um bug no sistema!
E este é um momento crítico na vida de uma organização. Como o empreendedor reage à
presença de um bug demonstra quais são, de verdade, seus valores e seu propósito. Se ele o deixa sobreviver por qualquer motivo que seja, a Cultura começa a se desfazer, a se transmutar
em outra coisa, muitas vezes altamente indesejada. E quando as pessoas valiosas começam a perceber isto, elas colocam em
dúvida seu valor e se elas estão no lugar certo.
E a desagregação pode levá-las a irem embora. O momento que o empreendedor entende que a
Cultura Organizacional pode ser gerenciada é um momento de grande maturidade, a partir do
qual novas e potentes opções estratégicas se abrem. Não é particularmente fácil.
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