segunda-feira, 28 de março de 2011

Classe média movimenta metade do comércio online


Vendas pela internet cresceram no ano passado e somaram R$ 14,8 bi. A classe média respondeu por metade das vendas realizadas pela internet no ano passado. O número mostra que, em 2010, os negócios somaram R$ 14,8 bilhões. Desse total, as famílias com renda próxima de R$ 3.000 consumiram R$ 7,4 bi em eletrodomésticos, livros e outros produtos vendidos em sites.

Os números fazem parte de um balanço da empresa de monitoramento de comércio eletrônico e-bit. Segundo o estudo, os negócios online cresceram 40% entre 2009 e o ano passado, graças, principalmente, às vendas de televisores para a Copa do Mundo. Os pedidos saltaram de 30 milhões para 40 milhões entre 2009 e 2010, enquanto o número de consumidores foi de 17,6 milhões para 23 milhões.

O valor médio das compras aumentou 11%, para R$ 373. Para este ano, a previsão é de que as vendas ultrapassem os R$ 20 bilhões.

Os eletrodomésticos foram 14 de cada 100 produtos vendidos pela internet. Os livros, assinaturas de revistas e jornais foram 12 de cada 100 negócios. Aparecem em seguida os itens de saúde, beleza e medicamentos (12%), os de informática (11%) e outros eletrônicos (7%).

Para Pedro Guasti, diretor geral da e-bit, o comércio online evoluiu. Isso é demonstrado pelo fato de os clientes confiarem em comprar itens cada vez mais caros, como eletrodomésticos e notebooks.

- As vendas no setor superaram nossas expectativas iniciais para o ano. Isso se deve à grande aceitação que esse tipo de comércio vem tendo por parte dos brasileiros, cada vez mais confiantes em comprar online.

Acesso à internet

Mas ainda falta um longo caminho a percorrer para que o meio online se destaque ainda mais. Um levantamento da Cetelem BGN, empresa do grupo financeiro BNP Paribas, divulgado nesta terça mostrou que mais da metade dos consumidores brasileiros não tem acesso à internet.

O estudo O Observador 2011, feito em parceria com a Ipsos, mostrou que 41% dos consumidores usam a rede em algum lugar, seja em casa ou no trabalho.

Para Miltonleise Carreiro Filho, vice-presidente da Cetelem no Brasil, o comércio online ainda tem um grande potencial de crescimento quando comparado com as lojas físicas.

- Quando a gente diz que 41% têm acesso à internet, temos que ver que mais da metade nunca fez compra pela web porque nunca entrou na internet. Aumentando o acesso da população ao mundo online, isso, com certeza, vai refletir em outros segmentos.

O levantamento O Observador, feito todos os anos em 13 países, ouviu 1.500 pessoas em 70 cidades brasileiras (inclusive nove capitais) para avaliar os hábitos de consumo e a intenção de compra da população. No Brasil, o levantamento ocorreu entre os dias 24 e 31 de dezembro.

Sobre a internet, a pesquisa mostrou que o brasileiro está mais acostumado a usar a rede para fazer pesquisa de preços. Oito em cada dez entrevistados (ou 80%) nunca compraram nada pela internet. Em 2005, esse número estava em 84%.

- O preço, a comodidade e a rapidez são o que o consumidor leva em conta na hora de preferir a internet à loja física. A segurança ainda é motivo de preocupação.

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