quinta-feira, 19 de maio de 2011

Geração Y e o mercado de trabalho.


A Geração Y compreende aqueles que hoje possuem entre 18 e 30 anos e se desenvolveram em uma época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica.

Com alta autoestima, cresceram executando múltiplas atividades, não se sujeitam às tarefas subalternas de início de carreira e lutam por salários ambiciosos desde cedo. São também adeptos da alta tecnologia, como smartphones, e estão sempre conectados. Este é o perfil do grupo que tem causado burburinho entre os estudiosos de comportamento, afinal, representam a maior parcela e o novo gás do mercado de trabalho. É nesse grupo que está a base do mercado profissional: os estagiários.

“De dez anos pra cá, aconteceram muitas mudanças no ‘formato’ do estagiário. A principal delas é a presença do computador e, principalmente da internet, no dia a dia destes jovens desde a época do colégio”, afirma Bonnie Facioli, analista de RH do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), da Fiepa. “Este fator gera um ponto positivo, que é a diversidade de informação que o estagiário consome. São conhecimentos mais variados disponibilizados o tempo todo e em qualquer lugar, inclusive com a criação de cursos a distância, que contam no currículo”, explica.

Lívia Conduru é produtora executiva da BCB Produções, que atua na área cultural e no momento está recrutando estagiários do curso de Publicidade e Propaganda. “A possibilidade de ajudar na formação de um jovem aprendiz é interessante não só pelo fato de moldá-lo dentro do nosso cotidiano de trabalho, como também está atrelada aos nossos preceitos de democratizar o acesso a formação. Quantos de nós aos 20 e poucos anos não gostaria de uma oportunidade como essa, de trabalhar com algo que se gosta e recebendo uma graninha por isso?”, questiona.

Esta geração não precisou aprender a dominar as máquinas, mas já nasceu com elas, o que no ponto de vista de Lívia tende a ser algo positivo. “A facilidade de utilização de ferramentas em rede e de tecnologia e a maneira dinâmica com que interagem e difundem informação é um ponto positivo desta geração”, afirma a produtora. Rosilene Oliveira, bibliotecária do Centro Cultural Brasil Estados Unidos (CCBEU), pensa da mesma forma. A escola de inglês também procurou o IEL para recrutamento de estagiários, neste caso, cursando Biblioteconomia – escolha pouco comum entre os jovens. “Queremos dar oportunidade aos estudantes de colocar em prática a teoria que é dada em sala de aula, para que assim tenham alguma experiência. E as características que estes universitários apresentam hoje em dia são bastante positivas a partir do momento em que essa conectividade facilite no conhecimento e na difusão da boa informação”, explica.

Apesar da facilidade para certas ferramentas, o uso abusivo das mesmas pode acabar atraindo alguns problemas, como explica Bonnie: “Tem que haver um equilíbrio. É necessário se informatizar, mas sem se alienar a outras questões. Uma propensão dessa geração é se isolar diante do computador. A relação interpessoal é muito importante para um bom ambiente de trabalho e atividades em equipe”. O vício nas teclas e acaba ocasionando outro problema crônico. “O uso do ‘internetês’ e do português incorreto é muito freqüente e um pecado para o profissionalismo. A falta de leitura, de pesquisas apuradas e a prática de ‘copiar e colar’ textos da web também contribuem para isso”.

Para Rosilene, este perfil pode se tornar negativo “a partir do momento em que não souberem filtrar a grande quantidade de informação e se perderem com as mesmas”. Assim também funciona para Lívia: “Um problema é a dispersão. Por vezes, essa nova turma perde tempo e o foco com tanta informação disponível”.

No final das contas, independente do ano em que se nasce, toda geração apresenta seus prós e contras no âmbito profissional e social. O que conta mesmo é a responsabilidade e a dedicação aplicadas no estágio ou emprego, que podem gerar futuramente, uma contratação. “Produtividade, disponibilidade e interesse são os fatores que hoje e sempre, serão responsáveis por reconhecimento, promoções e um salário no fim do mês. O estagiário de hoje tem a faca e o queijo na mão, basta aproveitar as oportunidades oferecidas”, garante a analista de RH do IEL.

A “Geração Y” - Surgiu no começo da década de 80, em um mundo relativamente estável. Cresceram em uma década de valorização da infância, com internet, computador e educação mais sofisticada que as gerações anteriores. Ganharam autoestima e não se sujeitam por muito tempo a atividades que não fazem sentido. Sabem trabalhar em rede e lidam com autoridades como se eles fossem um colega de turma.

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