terça-feira, 18 de outubro de 2011

EUA usarão dados da web para prever o futuro


Há mais de 60 anos, em sua 'Trilogia da Fundação’, o romancista de ficção científica Isaac Asimov inventou uma nova ciência – a psico-história – que combinava matemática e psicologia, para prever o futuro.
Agora, cientistas sociais estão tentando utilizar os vastos recursos da internet – pesquisas online e mensagens de Twitter, postagens no Facebook e em blogs, e os caminhos digitais gerados por bilhões de aparelhos celulares – para fazer a mesma coisa.

Os pesquisadores mais otimistas acreditam que esses armazéns de 'grandes dados’ irão, pela primeira vez, revelar as leis sociológicas do comportamento humano – permitindo que eles prevejam crises políticas, revoluções e outras formas de instabilidades sociais e econômicas da mesma maneira que os físicos e químicos podem prever fenômenos naturais.

''Esse é um significativo passo à frente’', diz Thomas Malone, diretor do Centro pela Inteligência Coletiva, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). ''Possuímos tipos imensamente mais detalhados de informações e também algoritmos para previsões que podemos usar, e isso torna possível um tipo de previsão que nunca havia sido possível antes’'.

O governo está mostrando interesse pela ideia. Nesse verão, uma agência de inteligência pouco conhecida começou a procurar por ideias, entre cientistas sociais acadêmicos e corporações, sobre maneiras de explorar automaticamente a internet em 21 países latino-americanos para a obtenção desses 'grandes dados’, segundo uma proposta de pesquisa divulgada pela própria agência.

A experiência de três anos, a começar em abril, está sendo financiada pela Atividade de Projetos de Pesquisas Avançadas de Inteligência, ou Iarpa (sigla em inglês para 'Intelligence Advanced Research Projects Activity’), que faz parte do gabinete do diretor nacional de inteligência.

O sistema automatizado de coleta de dados será focado em padrões de comunicação, consumo e movimento de populações. Ele utilizará informações publicamente acessíveis, incluindo consultas de pesquisas online, entradas em blogs, fluxo de tráfego de internet, indicadores de mercados financeiros, tráfego de webcams e mudanças em entradas postadas na Wikipedia.

A intenção é que o sistema seja completamente automatizado, um ''vigia de dados no céu’' sem a intervenção humana, segundo a proposta do programa. As pesquisas não seriam limitadas apenas a eventos políticos e econômicos, mas também iria explorar a capacidade de prever pandemias e outros tipos de contágios generalizados, algo que tem sido buscado por pesquisadores civis independentes e por companhias como o Google.

Fonte: Revista INFO

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