quinta-feira, 25 de junho de 2015

O poder nas mãos dos clientes.



Atualmente, com quem está o poder do varejo? Com a indústria, o comércio ou com o cliente?

Durante décadas, imperou o poder da indústria sobre o comércio e, automaticamente, sobre o varejo e o cliente final. A indústria definia para quem vender, por quanto vender e como vender. As fábricas abriam – ou não – crédito para as lojas e redes do varejo, determinavam descontos, quantidades de peças, prazos de pagamento e de entrega. Ao varejo, restava dizer “sim” ou ficar sem mercadoria.

Os anos 1990 vieram e, com eles, teve início uma inversão de posturas. O varejo brasileiro começou a se posicionar de forma diferente perante as indústrias. A partir desse período, as redes e lojas passaram também a fazer suas exigências de preços, quantidades, prazos de pagamento e entrega. Ou seja, o varejo passou  tomar as rédeas nas negociações. Questionei o meu biografado, Mário Gazin, sobre o principal motivo dessa mudança. A resposta foi: “Porque o desenvolvimento do comércio, com a ampliação e abertura de novas lojas, é que passou a ser o fator determinante do crescimento da indústria. Com isso, houve aumento da força varejista”.

Sim, as grandes redes possuem 600, 400, mais de 220 lojas como a própria Gazin, que ainda detém um atacado que atende varejistas de todo o Brasil e representa um faturamento próximo àquele que as mais de 220 lojas da rede alcança.

Digamos que isso perdurou nos anos 1990 e 2000, quando surge um novo reposicionamento de mercado. Na virada daquela década, o consumidor final passou a fortalecer-se economicamente e a entender o tamanho da sua representatividade e do seu poder de decisão. Perguntei ao empresário Mário Gazin se a discussão procedia e qual o motivo de o consumidor ter assumido a ponta nessa “briga” de forças.

A explicação dele foi: “Pelo poder de deslocamento”! Concordo plenamente com isso. A partir do momento em que as redes cresceram, despertaram a atenção da concorrência, que também procurou marcar território Brasil adentro. Assim, em algumas áreas temos cinco, seis ou até mais redes disputando clientes em um espaço de dois ou três quarteirões. Com isso, o cliente passou a dirigir-se a esses centros comerciais para negociar a melhor compra. Aliado a isso, esse deslocamento também pode se dar pela internet, onde as buscas pelo melhor produto ao melhor preço se dá através de uma sequência de cliques.

Então, saiba que nós, consumidores, que antes éramos obrigados a comprar aquilo que as indústrias determinavam ao comércio, ou que o comércio passou a impor às fábricas e a nos oferecer em suas lojas, passamos a determinar no mercado aquilo que o varejo deve comprar das indústrias para atender às nossas necessidades e exigências. Realmente… É uma grande conquista!

Comemore! Compartilhe isso com os amigos! E não se esqueça de que, assim, como ocorreu no mercado varejista, essa mesma força pode se estender à relação com a mídia, com as escolas e universidades em que estudamos, no atendimento médico… E, principalmente, não se esqueça de que, assim, como ocorreu no mercado varejista, essa mesma força que temos pode e deve se estender na hora de decidir o futuro do Brasil, através do voto! E se a gente errar na “compra”, ou seja, ao apertar o botão da urna eletrônica, não há Procon que nos salve.

Fonte: http://www.ekoeducacaocorporativa.com.br/

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